Você já ouviu falar das pirâmides linguísticas? Elas são maneiras de entender melhor o processo de aprendizado de um novo idioma. Em paralelo a elas, podem estar as pirâmides de outros idiomas, como sua língua materna e mais alguns que queira aprender.
Para ficar mais claro o entendimento desse conceito, pedi uma ajuda para um especialista. Por isso, confira abaixo a opinião de Raphael Gonçalves, colaborador do FCM, sobre o assunto.
Diversas vezes pessoas me perguntaram se elas poderiam aprender mais de uma língua estrangeira ao mesmo tempo. Para responder a essa dúvida, que deve ser de outras tantas pessoas, decidi registrar tudo o que penso. Tudo é baseado em minha experiência pessoal.
Para aprender mais de um idioma paralelamente, eu precisei me organizar bem e conhecer o funcionamento do meu cérebro. Pessoalmente, diria que imagino esse processo de aprendizado como a construção de “pirâmides linguísticas” na minha mente.
Todas as peculiaridades de cada idioma são as pedras para as minhas construções e, em alguns casos, reconstruções. Uma construção antiga e abandonada sempre pode ser retomada. Se houver uma língua que eu já tenha estudado e parei, tenho liberdade para retomar esse processo construtivo.
O papel das Pirâmides Linguísticas
Para iniciar esse processo, tive que criar minha forma de organização para que construções fizessem progresso. Particularmente, decidi coordenar a minha construção linguística e considerar todos os diferentes tamanhos que cada pirâmide iria atingir.
Isso é uma decisão pessoal, que deve ser feita de acordo com cada caso específico e cada objetivo particular. As metas são claras. Eu já tenho determinado qual pirâmide será a maior e quais serão as menos suntuosas.
Também achei necessário responder a certas perguntas, as quais julgo essenciais. Você sabe quais línguas você já fala e quais gostaria de falar, mas há um detalhe que é muito importante:
- Qual nível você gostaria de atingir em cada língua?
- Qual o seu objetivo dentro de cada língua?
Essas decisões e respostas determinaram, até agora, o tamanho de conhecimento que será dedicado a cada uma das pirâmides linguísticas. Eu não somente decidi o tamanho, mas optei por melhorá-las e expandi-las de diversas maneiras. Assim, espero que essa experiência dure para o resto de minha vida. Afinal, conhecimento é sempre construtivo.
A minha língua materna, certamente, tem um papel fundamental. Vejo-a como a minha guia, a minha esfinge, pois tudo o que eu aprendo, sinto que está relacionado e conectado a ela.
A minha língua nativa, o português, sempre será minha referência durante essas construções. Ela não é uma das pirâmides linguísticas, mas sim o ponto principal, que me mostra como construir cada pirâmide.
Como construir pirâmides Linguísticas
Eu me dedico, primeiramente, a construir uma base sólida e, só depois, invisto meu tempo nas outras etapas. Planejo bem e me organizo. Construção sem organização não existe. Desaba.
Assim como numa construção real, a pirâmide principal (escolhida por mim) terá um tratamento diferente. Levará mais tempo e mais esforço a serem dispensados para sua construção.
Eu tive que decidir e saber qual idioma é o mais importante para mim nesse momento específico da minha vida. Assim, tenho que dar a atenção proporcional a essa língua que escolhi. Será necessário conhecer suas especificidades e principais necessidades aprender francês. As outras pirâmides linguísticas ficam de lado.
Aprendendo outros idiomas
Sempre procuro ser realista quando decido fazer essa construção. Tenho consciência de que leva tempo…
Eu quero decidir a altura de minha pirâmide e a polir de acordo com meus planos. Decido os limites de cada uma delas. Ou seja, decido o nível que eu quero alcançar em cada uma das pirâmides linguísticas — os idiomas.
Não há forma certa ou errada. Penso que há a forma individual de se organizar. A minha decisão e minha forma de construção determinarão a forma do meu resultado.
Não me apavoro quando, por engano, eu coloco uma pedra da pirâmide inglesa na francesa, por exemplo. Nas minhas construções paralelas, isso acontece e tenho consciência de que isso é perfeitamente reversível e normal.
Presto muita atenção, também, nas pedras que me são fornecidas durante uma leitura, uma conversa ou séries. Coleto essas pedras de forma voraz e aplico na minha construção.
Sigo me inspirando em outras construções maiores que a minha e ajudo, também, na construção de pirâmides de outros. Faço isso com as pedras que eu já tenho certeza de que são sólidas. Isso fortifica a construção deles e a minha. Assim, todos chegamos à fluência no idioma.
E aí, o que achou dessa definição de pirâmides linguísticas que o Raphael deu? Interessante, não é? Se tiver alguma dúvida ou algo a adicionar ao conceito, não deixe de escrever um comentário aqui embaixo!