Muito provavelmente você já ouviu falar das panelas Le Creuset. Bem, todo mundo sabe que a culinária francesa é requintada, bem elaborada e por isso conhecida internacionalmente.
O que às vezes não se percebe é que essa sofisticação e capricho não se limitam ao talento dos chefs. Muito menos à combinação cirúrgica de ingredientes selecionados, mas também ao uso de utensílios de cozinha de alta qualidade.
É sobre isso que vamos conversar hoje, sobre uma marca muito especial, com uma história de sucesso e excelência. As famosas panelas Le Creuset. Você conhece? Não? Então vamos descobrir!
O início das panelas Le Creuset
Embora tenha nascido na cidade francesa de Fresnoy-le-Grand, no departamento de Aisne, a marca tem também raízes na Bélgica. Seus fundadores foram Armand Desaegher, especialista em fundição, e Octave Aubecq, esmaltador.
Eles se encontraram em 1924 na Feira de Bruxelas e ali decidiram criar uma indústria de fundição na França. As criações finais seriam artefatos de qualidade excepcional para cozinhas. Daí a fama das panelas Le Creuset.
No ano seguinte, em 1925, se instalam em território francês e produzem a primeira “cocotte” (panela). Assim, estabeleceram as bases de uma empresa que viria a ser sinônimo de instrumentos para a “haute cuisine”.
A localização escolhida não foi casual, pois Aubecq e Desaegher queriam que a fábrica ficasse perto das linhas férreas. Ali era por onde os trens carregados de ferro, coque e areia passavam. Assim, eles também poderiam manter seu local sempre abastecido com os materiais de que precisavam para fazer as peças.
O nome Le Creuset e suas cores
É importante destacar também que o nome não nasceu simplesmente a partir de uma ideia aleatória. Ele está diretamente ligado ao seu estabelecimento: as primeiras panelas possuíam uma cor alaranjada.
A coloração, que lembra a da lava vulcânica ainda quente, é marca registrada da empresa até o presente. Essa era, na verdade, uma tentativa de reproduzir o tom laranja intenso também observado quando o ferro é fundido em um caldeirão. Do francês, creuset, ou cadinho / caldeirão em português.
A tonalidade está tão associada às panelas Le Creuset que ainda hoje as fábricas são todas pintadas e decoradas em laranja. Porém, engana-se quem acredita que somente poderá encontrar utensílios dessa cor.
Apesar do alaranjado ser seu carro-chefe, é possível adquirir panelas e demais objetos esmaltados em mais de cem cores diferentes.
O crescimento da Le Creuset
Entre 1935 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial e logo após o término desta, a fábrica precisou dar um impulso maior às vendas. Abriu assim o leque de opções de instrumentos domésticos.
Por esse motivo, passou a fabricar e comercializar placas de aquecimento, fogões a carvão, entre outros. Na mesma época (e com o mesmo objetivo), foi lançada a primeira campanha publicitária da empresa.
Ela destacava a diferença dos predicados da marca com relação às demais. Sem deixar de ressaltar também o lado estético das panelas esmaltadas, algo inovador para aquele tempo.
Nos anos posteriores à guerra, para continuar fazendo frente aos concorrentes, a empresa investiu ainda mais na criatividade. Lançou novos objetos domésticos, com novas cores e estilos, enquanto continuava aperfeiçoando cada vez mais as técnicas de fundição.
Graças a essa campanha maciça e aos atributos reais das panelas Le Creuset, a fama alcançou o mundo. Aumentaram notavelmente as exportações para os mais variados países, inclusive para os Estados Unidos.
Em território americano, conquistou a sua mais célebre cliente: Marilyn Monroe. Sua coleção de panelas foi vendida em 1999 por mais de 25 mil dólares em um leilão da Christie’s.
Esse impulso favoreceu um maior crescimento da empresa. Em 1957, a Le Creuset comprou a fábrica de um concorrente, Les Hauts Forneaux de Cousances. Começou assim a manufaturar outros produtos, incluindo grelhas quadradas, conjuntos para fondue e panelas do tipo “coquelle”.
Os nomes da inovação
As inovações desse período têm nome e sobrenome: Raymond Loewy, um dos maiores designers industriais do século XX. O parisiense foi responsável pelo desenho e criação dos mais variados artefatos.
De garrafas da Coca-Cola a embalagens de cigarros da Lucky Strike. Até o famoso Air Force One — o avião que transporta o Presidente dos Estados Unidos — é criação sua.
Não é de se surpreender, portanto, que as peças da Le Creuset, assinadas por Loewy apresentem um estilo tão moderno, vanguardista e inovador para seu tempo. Atualmente, pode-se encontrar ainda frigideiras e outros aparatos do “caldeirão” com a assinatura de Loewy à venda em alguns sites. Cada peça, entretanto, não sai por menos de 300 dólares.
Já nos anos 1970, as “coquelles” e seu design diferenciado surgem pela inventividade de outro famoso criador. O artista modernista italiano Enzo Mari, que sempre defendeu a noção de que “forma é tudo”. Com esse pensamento, Mari desenhou caçarolas, vasilhas, tampas abauladas especiais, além dos famosos pegadores fenólicos
A confirmação de uma empresa
Nos anos 1980, a Le Creuset viveu um ponto de virada em sua história. Em primeiro lugar, porque as peças da linha “Futura”, concebidas por J C Barrault, ganharam novo design. Ainda que mantendo traços das criações de Loewy, o desenho muito particular fez jus ao nome que receberam.
Com um ar de nave espacial, mas sem excentricidade, as “coquelles” da Futura, por exemplo, não são meros utensílios domésticos. São verdadeiras obras de arte expostas na cozinha de quem busca o requinte Le Creuset.
Em segundo lugar, em 1988, a empresa passa a estar sob a direção de Paul Van Zuydan. Um homem de negócios sul-africano que em nada se afastou da ideia original, muito pelo contrário!
Van Zuydan duplicou a capacidade da planta industrial e, desde então, a fábrica produz 20.000 objetos diariamente. Tudo isso sem perder a qualidade e o renome que acompanham a marca desde os primeiros passos.
Na atualidade, encontra-se louças, potes, pratos, canecas, chaleiras, colheres, formas para bolos e pães. Todos esses instrumentos podem ser encontrados com o selo da famosa empresa de coração belga e ímpeto sul-africano. Um ícone da gastronomia francesa.
Entre elas, cabe mencionar uma que faz enorme sucesso em vários países: o prestigiado saca-rolhas “Screwpull”. Com seu design clássico e elegante, ele reduz a necessidade de esforço para extrair a rolha. Assim, ajuda a quem tem pressa de abrir um bom vinho sem perder a classe.
Simplesmente mais um mimo à la française da Le Creuset ! Alors, à table !
1 Comment
Como não dizer a maior mais linda panela le cruzer sou cozinheira de paixão chefe de cozinha como não se apaixonar pelas queridinhas francesas